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Temperatura Alta, Baixa produtividade

Associada à umidade elevada do ar, a alta temperatura transforma qualquer atividade em sacrifício. Cai a produtividade e aumentam os riscos de problema de saúde. Os sintomas vão da fadiga leve ao colapso e podem, dependendo das circunstâncias, levar à morte.
A perigosa relação entre as altas temperaturas e a resposta do organismo foi comprovada em estudo da NASA – A Agência espacial norte americana - e da Universidade da Pensilvânia. A pesquisa foi realizada para avaliar o desempenho e as condições ideais de trabalho em ambientes aeroespacial.
Marcus Viniccius Ciocci, engenheiro da Add Eletronics, de São Paulo, empresa especializada em conforto de grandes áreas cobertas, concorda. “Quando o organismo é obrigado a recorrer à evaporação com maior frequência para equilibrar a temperatura do corpo, ele se cansa pela exigência. Quem tem alguma patologia fica ainda mais suscetível a esses efeitos.”
Com base no estudo norte americano, o engenheiro desenvolveu uma pesquisa e verificou que, com termômetros marcando 38° C, em um dia de umidade relativa chegando a 60% , podem ocorrer danos à saúde, inclusive de acidente vascular cerebral (AVC).
Entender os efeitos da combinação entre altas temperaturas e umidade relativa do ar é simples. A base é uma equação matemática que considera vento, temperatura e umidade.
Com calor intenso e umidade do ar alta, não ocorre à troca com o meio, e a sensação se torna mais incômoda. Por exemplo, o corpo humano tem temperatura média de 36°c. Se no ambiente a temperatura é próxima disso, e o ar está saturado, com umidade relativa alta, não há como o corpo baixar sua temperatura – explica a meteorologista Cátia Valente da central de meteorologia da RBS.
Beber bastante líquido, usar roupas leves e largas, aumentar a ventilação e diminuir a umidade do ar em ambientes fechados, diminuir a atividade física, estabelecer intervalos maiores entre os períodos de trabalho, diminuir a carga ou o tempo de trabalho, diminuir a exposição ao sol, criar barreiras internas ao calor( como a colocação de forros em locais fechados), realizar consultas médicas periódicas para avaliar se o organismo tem condições de trabalhar sob essas condições.
Existem algumas alternativas que podem ser colocadas em prática pelos trabalhadores e pelos empregadores. As dicas são do pesquisador Álvaro César Ruas, especialista na área de conforto térmico da Fundacentro, do ministério do trabalho.
A legislação trabalhista estabelece redução da carga e criação de intervalos para as pessoas que trabalham em situações de sobrecarga térmica – afirma Ruas.
O rendimento do organismo é inversamente proporcional à temperatura, analisa o Professor Gilberto Diniz, do centro de pesquisas e previsões meteorológicas da Universidade de Pelotas (RS)
A queda de produtividade em dias de calor e umidade elevados é percebida principalmente nas regiões de clima temperado, como aqui no sul, quem não está adaptado a uma rotina de dias assim sente mais os efeitos do calor, e isso reduz a atividade, reforça Diniz. O rendimento do corpo anda em sentido inverso ao calor, os sintomas apresentados se dão em condições de exposição excessiva ao calor ou da atividade física prolongada.

Sensação Térmica sintomas:

27°c a 32°c possível fadiga.
32°c a 41°c possibilidade de cãibras, esgotamento e insolação.
41°c a 54°c cãibras, insolação e esgotamento prováveis os prejuízos no organismo.

Fonte: Marcus Viniccius Ciocci, engenheiro da ADD eletronics em São Paulo

A pesquisa mostra que quanto maior a temperatura maior a queda na produtividade.

34°c – 39% (queda)
36°c - 51% (queda)
38°c – 64,5% (queda)
40°c – 76,5% (queda)

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